Artes Plásticas nos 70 anos do La Casserole
uma exposição temporária é o destaque do mês no La Casserole - e todas as obras estarão à venda
Até 20/out, as artes fixadas às nossas paredes cedem seu espaço para receber a 1ª exposição temporária do restaurante, com curadoria de Marina Frúgoli e 40 obras de sete artistas visuais brasileiras - algumas podem ser vistas abaixo.
“Quis trazer questões sobre as relações entre humanidade, natureza e cidade, com temas que envolvem o La Casserole e gastronomia. As obras refletem como as plantas desenvolvem estratégias de sobrevivência, ocupações do espaço público, formas de existir na cidade e como a ancestralidade impacta nossa forma de estar no mundo, temática relacionada à passagem do restaurante de geração em geração”, conta a curadora.
Artes Plásticas & La Casserole
A ligação do La Casserole com as artes visuais é evidente nas paredes do restaurantes - e esse laço é estreitado em datas comemorativas e ações pontuais.
Já fizemos rodas de conversa sobre Picasso e Dalí, com jantares temáticos. Em 2017, organizamos visita guiada exclusiva à exposição "Toulouse-Lautrec em Vermelho", no MASP, pintor pós-impressionista que retratou Paris no fim do séc. XIX, seguida de jantar com menu de receitas da época.
Nos nossos 60 anos, uma grande honra: 6 ilustradores (Carla Caffé, Mariza Dias Lopes, Paulo Caruso, Paulo Von Poser, Caco Galhardo e Orlando Marques) nos brindaram com artes especiais para a data.
Neste aniversário decidimos fazer o caminho "inverso", usando do espaço do restaurante para incentivar e aumentar a visibilidade do trabalho de sete artistas brasileiras.
Como comprar
Todas as obras pertencentes à exposição estão à venda, e o valor será integralmente repassado às artistas - a exposição não tem fins lucrativos para o La Casserole.
As obras são únicas (sem múltiplos) e serão entregues aos compradores ao final da exposição. Para conhecer o "cardápio" de obras, clique no link abaixo.
artistas
A exposição LC.70 reúne 40 obras, todas à venda, feitas por mulheres cis, trans e pessoas não-binárias.
Para conhecer mais sobre as artistas Efe Godoy, Kika Levy, Juliana Russo, Renata Pelegrini, Yala Silva, Deysona e Bruna Amaro e sobre seus trabalhos, ou sobre a curadora Marina Frúgoli, basta clicar nas respectivas imagens ou nomes.
Bruna Amaro
@amarobru
Artista visual, performer e pesquisadora, mestra em Estética e História da Arte pela USP e graduada em Artes Visuais pela UNESP, Bruna apresenta em seus trabalhos uma combinação entre pesquisas acadêmicas e temas relacionados ao carnaval, às religiosidades e à violência de gênero.
A partir destes temas, sua produção vem refletindo sobre o fazer têxtil e a reprodução de imagens com o uso das materialidades e das manualidades carnavalescas.
Efe Godoy
@efegodoy
Artista visual míope, transvestigênere, pesquisa o hibridismo em diversas linguagens como vídeo, desenho, pintura e performance, com ênfase em recortes de memórias da infância e fabulações espontâneas.
Na série "bicho, planta, feitiço", cria seres híbridos a partir de plantas e animais escolhidos por pessoas próximas. No recorte escolhido para a exposição, aparecem plantas e flores que remetem à gastronomia e à floricultura situada em frente ao restaurante.
Estudou na Escola Guignard UEMG e participou de residências artísticas no Brasil e no exterior, como a Bolsa Pampulha (2015/2016), EAC-Montevideo (2018) e Adelina-SP (2018). Recentemente, esteve no HEMIENCUENTRO da NY University na Cidade do México e na mostra VERBO na Galeria Vermelho (SP). Foi premiada no Mabri (2021) e no SARP (2020).
Deysona
@deysonadeverdade
Designer, com pós-graduação em design de estampas e uma extensa formação em cursos de criatividade. Ao longo da sua jornada profissional, tem buscado incessantemente a habilidade de comunicar por meio de suas estampas.
Suas pinturas misturam estamparia e elementos da umbanda, entendendo a moda como instrumento de revolução e celebrando a beleza de mulheres pretas da periferia como ela, retratando-as no ambiente em que vivem.
Utiliza uma variedade de técnicas em seu processo criativo, incluindo o digital (vetorial e edição de imagem) e o manual, com aquarela e marcadores.
Juliana Russo
@pequenosacasos & jurusso.tumblr.com
Artista visual, desenhista, editora, montadora, ativista pelos direitos à moradia e dos povos originários. Tem três livros publicados: "São Paulo Infinita" (2015), “Pequenos Acasos Cotidianos: presentes e desastres da vida urbana” (2019) e "O fim e o Começo" (2023). De 2020 a 2023 esteve no cerrado pesquisando a sabedoria do povo quilombola Kalunga e a diversidade diante da monocultura de soja que vem ocupando o Brasil.
Publicados no livro Pequenos Acasos Cotidianos (2019), seus desenhos feitos com caneta nanquim retratam cenas da vida urbana, sociabilidade e usos do espaço público. Sem idealizações, as imagens ilustram não só o existir em São Paulo, mas o resistir no centro da cidade, postura intrínseca à história do La Casserole.
Kika Levy
@kikalevy
Formada em Desenho Industrial pela FAAP e pós-graduada em Artes Plásticas pela FASM, Kika expande as possibilidades da gravura em um processo contínuo de experimentação que abandona a clausura da perfeição, do padrão de cores e verossimilhança entre os componentes de uma série. Ao acolher o erro, o acaso e o desvio de caminho, a artista constrói um grande corpo de sobreposições de imagens, resíduos de impressões, recortes e sobras em uma obra que se consolida em constante mutação.
Na série Folhas de Relva, a artista experimenta e expande os limites da gravura, criando monotipias feitas com plantas comestíveis colhidas na Horta das Corujas, na Vila Beatriz, Zona Oeste da cidade.
Entre a coordenação de diversos cursos e workshops, Kika participa regularmente de exposições no Brasil e exterior, tendo obras em coleções como a do MAC-RS (Brasil) e da Bibliotheca Alexandrina (Egito).
Marina Frúgoli
@marinafrugoli
Curadora formada em arquitetura e urbanismo pela FAU USP. Estudou paisagismo na Amsterdam Academy of Architecture. Foi curadora de exposições em instituições como Centro Universitário Maria Antonia (2024), Casa do Baile – centro de referência em arquitetura, urbanismo e design (2023), Fralin Museum of Art (2021) e Pinacoteca de São Bernardo do Campo (2022), além de galerias de arte e espaços culturais independentes. Organizou e mediou ciclos de debates no Sesc 24 de Maio (2021) e no Centro Cultural Marieta (2020-23).
Foi assistente de curadoria no Instituto Moreira Salles (2017, 2018, 2022 e 2024), Itaú Cultural (2018 e 2021), Sesc Santos (2022) e Consolação (2023) e assistente de coordenação da requalificação do Sítio Roberto Burle Marx (2018-21). Publicou textos nos livros Prédio da Escola do Jockey Club de São Paulo (Bei, 2020) e Pintura Paisagem (WMF, 2022).
Renata Pelegrini
@re.pelegrini
Artista plástica, tradutora e professora, Renata investiga e combina diferentes linguagens artísticas, a ancestralidade do feminino e narrativas pessoais. Fez do nanquim instrumento de expressão ao estudar caligrafia dos alfabetos clássicos em N.Y. e. na busca por linhas mais orgânicas, ligadas a diferentes fluxos de tempo e ritmos do corpo, pesquisou o traço oriental enquanto morou em Milão.
Inspirada em raízes de orquídeas e estórias ancestrais, a série Antenati mistura pintura e desenho em um movimento circular onde narrativas e saberes se entrelaçam através, e na companhia, da memória, da terra e da água.
Pintura, desenho, escultura e instalação tecem seu universo subjetivo, da ficção e do olhar para o planeta. No Brasil e no exterior interage com grupos de arte-discussão-ação através de projetos e escrita pela preservação do meio-ambiente, dos mais-que-humanos e do oceano.
Yala Silva
@wolotov
Natural de São Paulo e descendente de migrantes de Ceará, Yala é da periferia do extremo leste da cidade. Em 2023, integrou a equipe educativa da 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível, e atua como Jovem Monitora Cultural na Secretaria Municipal de Cultura.
Em suas gravuras, Yala nos lembra que o milho não é apenas uma mercadoria de espécie única, é também diversidade, matéria sagrada e alimento ancestral de povos indígenas de nosso continente.
Yala tem obras no acervo do Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA), com um trabalho de criação que perpassa as artes visuais, instalação e performance. Seus principais focos de trabalho são pesquisas poéticas em gravura, giz pastel e o estudo da matéria, principalmente, gesto-corporal originária, trans e travesti.
Horários de visitação
Segunda: 12h-15h
Terça: 12h-15h e 19h-22h
Quarta: 12h-15h e 19h-23h
Quinta: 12h-15h e 19h-23h